terça-feira, 30 de outubro de 2012

A Educação Assistencialista para a infância



                                       A Educação Assistencialista para a infância

Na constituição das instituições pré-escolares está unido várias forças como as jurídicas, empresariais, políticas, médicos, pedagogos e a religião que apesar de um estado independente ter a obrigação de oferecer uma educação laica, está tem muita influência na constituição e no funcionamento de muitas instituições.
Como já foi visto historicamente tínhamos altas taxas de mortalidade infantil e uma das primeiras preocupações foi a dos médicos em diminuir este número, que era alto também devido às condições precárias de higiene, também se atribuiu a falta de cuidado com o alimento oferecido aos pequenos, por exemplo, a pasteurização do leite de vaca. Iniciaram-se aí as discussões para a construção de espaços especializados para atender a educação das crianças pequenas.
A influência jurídica policial se expressou na assistência voltada as classes sociais baixas, relacionadas a habitação, e a educação dos filhos principalmente dos operários. E por fim a influência religiosa na figura da igreja católica controlava na figura de Deus as classes trabalhadoras.
Em 1899 foram criadas as primeiras instituições pré-escolares, o IPAI (instituto de proteção e assistência à infância) no Rio de Janeiro e também a criação da creche da companhia de fiação e tecidos corcovado também no estado do Rio de Janeiro, que foi a primeira creche no Brasil para filhos de operários.
Há muito tempo que a educação infantil ligada ás crianças pobres está relacionada aos cuidados e a das crianças dos ricos ligadas à educação o que institui o jardim-de-infância, até que havia uma tentativa de implantar o jardim-de-infância para as crianças pobres, no entanto isso ficava só na intenção. A pedagogia era intimamente ligada às famílias mais abastadas. Para os ricos tinha os jardins-de-infância e para os pobres os asilos e creches e isso não podia ser confundido.
O IPAI atuava com atendimentos médicos ligados à saúde e proteção da mulher grávida, assistência aos bebês incluindo a distribuição de leite, depois do IPAI surgiram várias outras instituições com o mesmo intuito auxiliar no desenvolvimento das crianças pobres.
O primeiro congresso brasileiro de proteção à infância ocorreu no Rio de Janeiro e teve o objetivo de tratar de assuntos que contornavam a criança do ponto de vista social, médico, pedagógico e higiênico e também as relações da criança com a família, a sociedade e o estado, nesse congresso dividiu-se em eixos temáticos como a sociologia, a legislação, a pedagogia, a medicina e a higiene. A creche não era defendida pela maioria das pessoas que achavam a responsabilidade de “cuidar” ligada à mãe.
Principalmente a figura da creche sempre esteve ligada a órgãos governamentais com um caráter mais social que pedagógico o que causou um afastamento do tema das pesquisas educacionais e do curso de pedagogia. A defesa das instituições assistencialistas tinha o intuito de afastar as crianças das ruas e de uma educação que formasse as crianças para a mesma realidade vivida por seus pais.
As instituições de educação infantil sempre estiveram na mira das polemicas, pois é muito complicado educar uma criança fora de seu contexto familiar e ainda assim conciliar os valores, que deveriam ser os mesmos, mas nem sempre se complementam.
Os asilos deixaram de ter um aspecto hospitalar, e tentou-se criar um projeto educativo, e estes passaram a ser escola maternal, então os asilos passaram a ser consideradas como escolas e davam instrução religiosa, ensinavam a ler, a escrever, a desenhar, faziam exercícios dentre outras atividades.
As coisas não mudaram tanto assim, pois hoje ainda encontramos creches com aspectos hospitalares, e caráter assistencialista meramente ligada ao corpo.

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