A
Educação Assistencialista para a infância
Na constituição das
instituições pré-escolares está unido várias forças como as jurídicas,
empresariais, políticas, médicos, pedagogos e a religião que apesar de um
estado independente ter a obrigação de oferecer uma educação laica, está tem
muita influência na constituição e no funcionamento de muitas instituições.
Como já foi visto
historicamente tínhamos altas taxas de mortalidade infantil e uma das primeiras
preocupações foi a dos médicos em diminuir este número, que era alto também
devido às condições precárias de higiene, também se atribuiu a falta de cuidado
com o alimento oferecido aos pequenos, por exemplo, a pasteurização do leite de
vaca. Iniciaram-se aí as discussões para a construção de espaços especializados
para atender a educação das crianças pequenas.
A influência jurídica
policial se expressou na assistência voltada as classes sociais baixas,
relacionadas a habitação, e a educação dos filhos principalmente dos operários.
E por fim a influência religiosa na figura da igreja católica controlava na
figura de Deus as classes trabalhadoras.
Em 1899 foram criadas
as primeiras instituições pré-escolares, o IPAI (instituto de proteção e
assistência à infância) no Rio de Janeiro e também a criação da creche da
companhia de fiação e tecidos corcovado também no estado do Rio de Janeiro, que
foi a primeira creche no Brasil para filhos de operários.
Há muito tempo que a
educação infantil ligada ás crianças pobres está relacionada aos cuidados e a
das crianças dos ricos ligadas à educação o que institui o jardim-de-infância,
até que havia uma tentativa de implantar o jardim-de-infância para as crianças
pobres, no entanto isso ficava só na intenção. A pedagogia era intimamente
ligada às famílias mais abastadas. Para os ricos tinha os jardins-de-infância e
para os pobres os asilos e creches e isso não podia ser confundido.
O IPAI atuava com
atendimentos médicos ligados à saúde e proteção da mulher grávida, assistência
aos bebês incluindo a distribuição de leite, depois do IPAI surgiram várias
outras instituições com o mesmo intuito auxiliar no desenvolvimento das
crianças pobres.
O primeiro congresso
brasileiro de proteção à infância ocorreu no Rio de Janeiro e teve o objetivo
de tratar de assuntos que contornavam a criança do ponto de vista social,
médico, pedagógico e higiênico e também as relações da criança com a família, a
sociedade e o estado, nesse congresso dividiu-se em eixos temáticos como a
sociologia, a legislação, a pedagogia, a medicina e a higiene. A creche não era
defendida pela maioria das pessoas que achavam a responsabilidade de “cuidar”
ligada à mãe.
Principalmente a figura
da creche sempre esteve ligada a órgãos governamentais com um caráter mais
social que pedagógico o que causou um afastamento do tema das pesquisas
educacionais e do curso de pedagogia. A defesa das instituições assistencialistas
tinha o intuito de afastar as crianças das ruas e de uma educação que formasse
as crianças para a mesma realidade vivida por seus pais.
As instituições de
educação infantil sempre estiveram na mira das polemicas, pois é muito
complicado educar uma criança fora de seu contexto familiar e ainda assim
conciliar os valores, que deveriam ser os mesmos, mas nem sempre se
complementam.
Os asilos deixaram de
ter um aspecto hospitalar, e tentou-se criar um projeto educativo, e estes
passaram a ser escola maternal, então os asilos passaram a ser consideradas
como escolas e davam instrução religiosa, ensinavam a ler, a escrever, a
desenhar, faziam exercícios dentre outras atividades.
As coisas não mudaram
tanto assim, pois hoje ainda encontramos creches com aspectos hospitalares, e
caráter assistencialista meramente ligada ao corpo.
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