terça-feira, 30 de outubro de 2012

A Educação Moral



A Educação Moral

 
O pedagogo pode e deve fazer é reunir , o mais cuidadosamente possível, todos os dados que a ciência coloca à sua disposição a cada momento, para que assim possa guiar a ação; e não se pode exigir dele nada mais do que isso.
A pedagogia não é uma ciência e nem também é uma arte. A arte da educação não é a mesma coisa que a pedagogia, é a destreza do educador, a experiência prática do mestre.
A pedagogia é, portanto algo intermediário entre a arte e a ciência. Ela não é a arte porque não consiste em um sistema de idéias relativas a essas praticas. Ela é um conjunto de teorias. Nesse sentido ela se aproxima da ciência. Contudo, enquanto as teorias cientificas têm como única finalidade exprimir a verdade, as teorias pedagógicas têm como objetivo imediato guiar a conduta.
A pedagogia é uma teoria prática, se ela pretender substituir a experiência, ditando receitas prontas, que o professor deve seguir mecanicamente, ela acabará  por degenerar em teorizações arbitrárias. Por outro lado, se a experiência abdicar de toda a reflexão pedagógica, ela resultará em uma rotina cega, ou ficará à mercê de reflexões pobres, elaboradas sem qualquer método.
Decidimos dar às nossas crianças, em nossas escolas uma educação que fosse puramente laica que se apóia exclusivamente sobre idéias, sentimentos e práticas que se justificam unicamente pela razão, em uma palavra, uma educação racionalista. Tentaremos definir como deve consistir a educação moral para o homem de nosso tempo e do nosso país.
As escolas são a engrenagem da educação geral.
Durkheim pretendeu fundar à “ciência moral” como um ramo da sociologia, e ele pensava que se a moral é coisa racional, se ela torna reais idéias e sentimentos que emanam da razão, porque seria necessário, para ficar nos espíritos e no caráter, recorrer a procedimentos que escapam à razão? Ele acredita que é logicamente possível uma educação puramente racional.
É um erro dizer que os povos primitivos não possuíam qualquer moral. Foi um erro histórico. Não existe povo que não tenha sua moral: o que ocorre é que a moral das sociedades inferiores não é a mesma que a nossa. A moral desses povos é essencialmente religiosa. Deus continua a desempenhar um papel importante na moral. É ele que assegura o respeito e reprime a violação.
A educação moral e a religiosidade estão entrelaçadas e separá-las não é um processo simples como se supôs certas idéias religiosas tenham se unido a certas idéias morais se confundiram parecendo ser uma coisa só.
Dissociar a educação moral da religião não é tão fácil, pois ao se retirar tudo o que é religioso, sem se colocar nada em seu lugar corre-se o risco de também se retirar elementos propriamente morais. Pois não é suficiente suprimir, é preciso substituir, apresentá-la em sua nudez racional, e encontrar o meio de fazer com que a criança possa sentir essa realidade, sem recorrer a qualquer intermediário mitológico.
É preciso tomar cuidado para que no processo de racionalização a moral não  perca nenhum de seus elementos constitutivos, mas, ainda é preciso que ela possa ser enriquecida com novos elementos. A primeira transformação se refere apenas à forma de nossas idéias morais. O racionalismo é o aspecto intelectual do individualismo.
É preciso que o educador ajude as gerações mais jovens a tomar consciência  do novo ideal para o qual já se tende, embora de maneira confusa, e que as oriente nesse sentido. É preciso que a sociedade tenha diante de si um ideal para o qual ela deve tender.
Os elementos da moralidade
O espírito de disciplina
Quando a criança sai do circulo familiar e é incluída na escola primária é o período que designamos como segunda infância esse é o momento crítico para a formação do caráter moral. Antes disso a criança é muito jovem, não se tem matéria mental suficiente para a constituição das noções e sentimentos relativamente complexos que estão na base da moralidade, depois da segunda infância que é a idade escolar se as bases da moral já não estiverem constituídas, jamais o serão. A partir daí é só aperfeiçoar o que já foi feito.
Durkheim trata da educação moral na segunda infância nas escolas publicas que devem ser, a rodagem reguladora da educação nacional. Ele acredita que o papel da escola na educação é e deve ser da mais alta importância. Ele propõe engajar-se com o projeto de oferecer em nossas escolas uma educação inteiramente racional, isto é, livre de qualquer principio extraído das religiões reveladas. Ele mostra que está obra é possível e necessária Durkheim  ressalta também as dificuldades desse empreendimento e diz que algo dessa natureza só seria simples se sua realização fosse medíocre e sem alcance.
A moral racional não pode ser idêntica, em seu conteúdo a uma moral que se apóia em uma autoridade diferente da razão. Isso porque os progressos do racionalismo não são separados dos progressos do individualismo, não podem ocorrer sem um refinamento da sensibilidade moral que agora nos faz perceber como injustas algumas relações sociais. O individualismo e o racionalismo se desenvolvem paralelamente e o segundo age sobre o primeiro e o estimula.
Se observarmos a moral tal como ela existe, veremos que ela consiste em uma infinidade de regras especiais, precisas  e definidas, que fixam a conduta dos homens nas diversas situações que se apresentam cotidianamente. Algumas dessas regras estão nos códigos e são sancionadas de forma precisa; outras estão na consciência publica, sendo traduzidas na moral popular e são sancionadas pala reprovação ao ato que as viola, e não por punições definidas.
Jamais algum código, alguma consciência social reconheceu ou sancionou nem o imperativo moral de Kant, nem a lei da utilidade tal qual a formularam Mill ou Spencer. Esses preceitos gerais são apenas generalidades dos filósofos e hipóteses de teóricos.  Aquilo a que chamamos de lei geral da moralidade é simplesmente uma maneira mais ou menos exata de representar esquematicamente, aproximadamente a realidade moral, mas não é a própria realidade moral. O direito e os costumes estabelecem a nossa conduta.
Podemos afirmar que a moral é um sistema de regras que determinam a conduta. Elas dizem como devemos agir em cada situação, e agir bem é obedecer bem. O papel da moral é, em primeiro lugar, o de determinar a conduta, de fixá-la, de subtraí-la ao arbítrio individual. A moral pressupõe certa aptidão a repetir as mesmas ações nas mesmas circunstâncias, e por isso pressupõe a capacidade de adquirir hábitos, uma vez que necessita de regularidades. A afinidade entre o hábito e a prática é tanta, que todo hábito coletivo apresenta quase que inevitavelmente certo caráter moral. Quando uma maneira de agir se torna habitual em um grupo, tudo o que a contraria desperta um movimento de reprovação muito parecido com aquele produzido quando ocorre uma falta moral propriamente dita. Essas maneiras de agir habituais gozam do mesmo respeito particular de que são objeto as práticas morais.
Nem todos os hábitos coletivos são morais, todas as práticas morais são hábitos coletivos, uma regra moral não é simplesmente uma maneira de agir habitual, é uma maneira de agir em relação à qual não sentimos a liberdade de mudar de acordo com nossa vontade.
O que ocorre é que estabelecemos para nós mesmos uma determinada linha de conduta, e então dizemos que definimos como regra agir de tal e tal maneira e essa linha se apóia em algo diferente da nossa vontade, em algo que nos é exterior e é a ciência que então obedecemos ao executar esse plano.
A autoridade devemos entender a ascendência que exerce sobre nós toda força moral que reconhecemos como superior a nós, porém há uma categoria de regras em que a autoridade desempenha um papel absolutamente preponderante, a categoria das regras morais, pois se a violarmos, nos expomos a conseqüência desagradáveis, corremos o risco de ser difamados, censurados, ou mesmo de sermos atingidos materialmente, em nossa própria pessoa ou em nossos bens.
Para que o ato seja aquilo que deve ser, para que a regra seja obedecida como deve ser obedecida é preciso que seja cumprida, não para evitar determinado resultado desagradável, determinada reprovação moral ou material, ou para obter tal recompensa; é preciso que seja cumprida simplesmente porque devemos cumpri-la,  abstraindo de toda e qualquer conseqüência que poderia produzir a nossa ação. É preciso obedecer ao preceito moral por respeito a ele, e apenas por isso.
A regra moral é inteiramente um mandamento, e nada mais, eis por que ela fala, porque , quando ela fala, todas as outras devem se calar. A moral portanto não é um sistema de hábitos, é um sistema de mandamentos.

Jesuítas e as crianças no Brasil Quinhentista



                                           Jesuítas e as crianças no Brasil Quinhentista

           
        Logo após a descoberta do Brasil os padres jesuítas foram enviados a nova terra descoberta. Esses catequistas faziam parte da companhia de Jesus, eram liderados pelo padre Manuel de Nóbrega e vieram com a missão de catequizar os habitantes da terra descoberta, que eram caracterizados pelos religiosos como selvagens, eram caracterizados pelos religiosos como selvagens, que não acreditavam no Deus do catolicismo.
    A missão de catequizar os índios não era nada fácil por isso, os jesuítas acharam uma brecha nas crianças, já que estas ainda não tinham incorporado totalmente as crenças e costumes do sue povo, então os jesuítas viram estás crianças índias como um papel em branco ao qual poderia se desenhar, escrever os costumes portugueses e o catolicismo.
    As crianças índias pagãs eram denominadas de gentio. Em muitos casos à relatos dos jesuítas confessando a dificuldade de alfabetização e conversão à religião, e está dificuldade se dava mais as raízes dos costumes como a nudez, a poligamia e o canibalismo que era um grande empecilho para a catequização principalmente dos adultos, daí a iniciativa de catequizar as crianças pois estas espalhariam os conhecimentos no “mundo dos adultos”, advertindo estes quando se esquecessem o ensinado pelos jesuítas. Então é o seguinte catequizar as crianças e estas catequizar os mais velhos que resistiam em seus costumes.
      A casa do Espírito Santo era uma escola fundada pelos jesuítas onde as crianças índias eram criadas segundo os costumes dos jesuítas, as crianças aprendiam a ler, escrever, cantar, tocar instrumentos e após uma período eles passaram a ensinar utilizando a língua dos nativos, utilizavam também métodos de memorização através da repetição. Era utilizada também a aplicação de castigos físicos, porém estes castigos tinham que ser aplicados por uma pessoa de fora da companhia. Desde pequenos as crianças eram ensinadas às orações e as normas que regem a igreja.
      Ainda tinha o fator de que quando as crianças se tronavam adolescentes abandonavam a escola atraídos por um mundo de “pecado” a atenção era desviada e era um ou melhor mais um perdido ou vencido pela natureza dos costumes.
      Havia também as procissões e festas religiosas que eram verdadeiros acontecimentos que conseguiam atrair as crianças. Nas procissões eram feitos pedidos ou agradecimentos, esses acontecimentos eram puramente religiosos.
        Contudo concluímos que os jesuítas foram enviados com uma missão converter os nativos, e nos perguntamos os jesuítas tiveram total sucesso impondo uma religião e uma cultura aos nativos de cultura selvagem, porém, própria, autêntica, perguntamo-nos se é correto impor desta forma autoritária os interesses de uma “coroa” que nada acrescentou pelo contrário tudo retirou: riqueza, cultura, religiosidade, identidade

O Cotidiano da Criança Livre no Brasil entre a colônia e o Império



                                    O Cotidiano da Criança Livre no Brasil entre a colônia e o Império


     É de conhecimento de todos que desde a colônia o Brasil possuía altas taxas de natalidade, e esta situação perdurou pelo Império e em algumas regiões até os dias atuais. No Império quando as mulheres iam ter suas crianças, passavam por verdadeiros rituais, tinham seus filhos agachadas, eram “lubrificadas” com produtos oleosos como por exemplo, gordura animal e azeite, e eram também entoados ou melhor embaladas por pedidos de oração à nossa senhora do Bom Parto. Essas mulheres também bebiam bebidas fortes para ajudar a suportar as dores do parto.
      Na realidade o “ritual do parto” era cercado por coisas místicas, crenças de cunho religioso e popular.
   Quando a criança nascia era banhada com vinho e cachaça e tinha o seu corpo limpo por coisas gordurosas e depois ainda tinham o seu corpo enfaixado, além de ser envolvido em diversos rituais místicos.
   Existiam diferenças no modo de atuar entre as indígenas e as africanas, estás ultimas por exemplo, banhavam seus filhos numa fusão de folhas (ervas) que também eram bebidas pela mãe.
    Aos poucos a medicina adentrou na vida  dessas famílias, ensinando as mães a cuidar dos seus bebês, com cuidados de higiene. Havia também uma crença que imperava entre as mães de que manter a sujeira no corpo das crianças, serviria para espantar as bruxas e o mau olhado. O umbigo do bebê era enterrado no quintal, prática aliás que perdura ainda hoje em algumas comunidades.
    Na alimentação era comum além do leite materno, alimentar as crianças com alimentos engrossados com farinha, como mingaus e papas. Essas “papas” eram servidas as crianças com os dedos, os alimentos eram introduzidos logo na alimentação dos bebês porque as mães achavam que deviam fortalecer o organismo dos pequenos com medo de perdê-lo. Outra prática comum também era na passagem da alimentação liquida e pastosa, para  a alimentação solida, os adultos umedeciam os alimentos com a própria saliva para facilitar a ingestão pelas crianças. 
      Uma grande preocupação que girava em torno das crianças pequenas, era de que os adultos tinham que protegê-las das bruxas, com isso evitava-se deixar recém-nascidos sozinhos à noite, penduravam na cama das crianças cabeça ou língua de cobras, também colocavam sangue ou fel nas paredes, benziam as crianças em jejum, durante três dias. Essas eram algumas entre outras praticas típicas da época.
         No entanto, vale ressaltar que a vida desses pequenos não girava só em torno de mitos e superstições esses também brincavam, tinham como todas as crianças seus brinquedos preferidos como piões, papagaios de papel e animais. Participavam de festas coisa da qual elas gostavam muito. As festas também era um local de inclusão, já que delas participavam vários grupos sociais.
      As crianças também eram instruídas na leitura e escrita pois havia está preocupação com a formação do individuo responsável.
          
           

Infância e Exploração do Trabalho Infantil



                                            Infância e Exploração do Trabalho Infantil


            Historicamente a criança era vista como uma força de trabalho válida, com certeza mais barata, com menos custos para se manter. Karl Marx começou a estudar às crianças e o seu trabalho infantil nas fábricas. Ele destacou principalmente o fato das crianças não estudarem, Karl Marx não era contra o trabalho infantil, e sim contra as condições em que estes eram realizados, defendeu uma carga horária menor para os pequenos trabalhadores, para que assim estes pudessem estudar e junto com o trabalho era a única perspectiva de crescimento e ascensão social.
            Ao longo da história veio acontecendo mudanças, e na ementa constitucional de 1988 ficou definido que o trabalho seria considerado legal à partir dos dezesseis anos na condição de menor aprendiz. E desde então tem se observado mudanças no âmbito legal como a criação do estatuto da criança e do adolescente em 1990.
            Mesmo com todas essas mudanças as crianças, ainda em muitos locais são vistas como uma força de trabalho, o que implica dizer que muitas tem uma infância de fato, mas não de direito. É possível e relativamente fácil encontrarmos crianças trabalhando em pedreiras, em lavouras, carvoarias, lixões sendo exploradas sem nenhum pudor.
            As crianças também são exploradas sexualmente, são exploradas em trabalhos domésticos assumindo responsabilidades que muitas vezes não lhe cabem. Além da exploração da sua força de trabalho estás também são humilhadas, desvalorizadas, privadas de viver como uma verdadeira criança, com seus direitos, deveres e oportunidades.
            Falar sobre a exploração do trabalho infantil não é tão fácil, pois ao mesmo tempo que nos parece uma realidade distante, quando abrimos os olhos para a verdadeira realidade encontramos tudo isso bem do nosso lado, e na correria do dia à dia nunca havíamos parado para notar.
            Quem disse que ser criança é fácil, não conhece a realidade de milhões de meninos e meninas que são submetidos à rotinas desumanas, abusos de todos os tipos, estes pequenos são apenas vitimas.
            Vitimas de um mundo que lhe deve muito, e ainda hoje com toda a riqueza que possuímos não somos capazes de reparar a divida histórica que temos com esses pequenos.